quinta-feira, 30 de junho de 2011

UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA

Chegamos a mais um final de semestre na faculdade, tudo estava muito parecido como nos semestres anteriores o que parecia de diferente dos demais é o fato de que quanto mais o final vai se aproximando vai gerando um frio na barriga. Contudo, um fato chamou minha atenção na penúltima semana de aula. Houve um trabalho muito complexo para toda a turma fazer, que exigiu muito de cada um de nós, ficaram dois grupos para apresentar na penúltima semana, no dia da apresentação o professor demorou a chegar e quando chegou dispensou a apresentação desses grupos, essa atitude me chamou a atenção e fiquei preocupado com tal medida adotada pelo docente. Por que “beneficiar” uma minoria, enquanto todo o restante da turma teve que passar por todas as fases do trabalho.
Após esse fato o mesmo começou a nos dar conselhos, disse que como amigo. Mas no final constatei que de muito pouco valor tais conselhos, atacou a turma de uma forma inesperada, por um minuto pensei em sair da sala, mas os meus bons modos não permitiram, acabei ouvindo os absurdos. Segundo ele os alunos da universidade pública estavam estudando para serem nossos futuros chefes por que lá o pessoal estuda mesmo, de verdade e continuou dizendo que quem está lá é merecedor e pagou o preço para tal. Até nesse ponto eu concordo, colheremos aquilo que plantamos, só queria expor aqui meu ponto de vista, e acho que possuo esse direito e acredito que já tenho bagagem suficiente para comentar esse fato. A questão que eu quero levantar aqui é a seguinte: a maioria dos alunos das Instituições de Ensino Superior particulares são pessoas que estavam fadadas ao fracasso e que viram uma grande luz, por que infelizmente o país em que vivemos é um dos que pior distribui renda.
 Nossos pais talvez jamais tiveram a oportunidade de pagar uma escola particular e nem um ALUB no final do ensino médio, como ocorre com a maioria dos alunos que adentram  a UnB, só conseguimos estar ali pelo fato de termos começado a trabalhar cedo a criar responsabilidade em uma idade que normalmente todos fogem, achei um absurdo o professor se referir assim à turma e a todos os universitários de IES  particulares.
Considero todos os alunos das IES principalmente do noturno uns heróis, não faltam exemplos de força de vontade no meio das turmas, são moças, rapazes, senhores e senhoras que deixam seus lares todas às noites depois de um dia cansativo de labuta em busca de um sonho e um futuro melhor, pois deixam filhos pequenos com os maridos em casa, jovens que abrem mão de namoros, festas e diversas outras opções que a vida oferece para estarem fazendo naquele momento. Grande parte, desses alunos compromete mais de cinqüenta por cento da sua renda todo mês para um dia chegar a uma qualidade de vida melhor.
Na minha humilde opinião foi muito mal colocado o comentário do docente espero que se esse episódio ocorrer novamente os alunos tenham a maturidade de encarar isso como forma de incentivo e motivação para provar que independente dessas diferenças temos a capacidade de traçar nosso futuro, pois eles podem até ser nossos superiores futuramente, no entanto terão que nos engolir.

2 comentários:

  1. Só não gostei do final. Mas a verdade é que o professor está equivocado! Há excelentes profissionais formados em instituições particulares, ocupando cargos estratégicos, sem dúvida. Assim como há mediocres com diploma de universidade pública. Isso é fato.

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  2. Quando isso acontece, é tão frustante, tão desanimador, que quem não for forte e persistenete (e desposto a gastar) acaba até deixando a faculdade por conta dessas coisas que para eles são banais, inotáveis, mas para quem está passando na pele, chega até ser humilhante em vários momentos.
    Esse professor, (e outros) parecem sentir prazer em menosprezar a capacidade dos que estão mais abaixo, de quem na verdade está pagando seu salário, mas que para eles, não passa de uns "ralés" de baixo nível, sem cultura, e descartáveis...
    é lamentável, pois com tanta inteligência não ficaria difícil chegar a sabedoria, mas pouco eles sabem que os mais nobres são aqueles que sabem ouvir mais que falar, são os mais humildes.
    Quando agente precisa ter um apoio, levamos um empurrão inesperado, disposto a nos derrubar quando na verdade dar a mão seria o essencial...
    Só esperamos, não sermos mais capachos, que baixa a cabeça, e ouve gratuitas humilhaçoes. !

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