domingo, 27 de março de 2011

Reflexão

De: Edmar


Nesse momento é aquela hora que dá vontade de falar aquilo que pela manhã eu não conseguiria dizer. Ouvindo “Paciência” na voz de Lenine sinto a liberdade para fazer uma reflexão da vida depois de diversos sentimentos e emoções vividos apenas hoje.
O que pensar? Estudar? Sair? Dormir? Nenhuma dessas opções me atrai, simplesmente por que não estou com vontade, eu poderia está fazendo tantas coisas agora, mas o que mais me atraiu foram essa música e o teclado do meu computador. Falar do que sentimos parece ser umas das maneiras que podemos encontrar para nos encontrar.
Hoje me peguei lembrando da minha infância, aí me deu saudades, principalmente do Edmar que corria, brincava, que não queria tomar banho no final do dia, mas que mamãe sempre o obrigava, daquele garoto que falava sem medo de errar, das confidências da minha prima, das fogueiras que fazíamos em frente de casa, da emoção que dava de fugir e ir na outra quadra sem que meu pai soubesse, dos banhos na cachoeira que me encantava, sinto falta até dos momentos que papai me obrigava a sair da rua às oito da noite, das vezes que eu tentei quebrar as lâmpadas dos postes para a rua ficar escura e do sol que eu tinha que enfrentar para ir à escola, são tantos momentos guardados no meu subconsciente sem falar naqueles que o meu ego encaminhou para o inconsciente para me proteger.
Eu pensava que tudo iria continuar da mesma forma quando eu crescesse, mas não foi isso que aconteceu. A minha rua já não me pertence mais, tive que mudar, já não dá mais para brincar o transito de automóveis tomou conta da minha passarela, a minha prima quase não a vejo, casou-se tem um filho e já não me confidencia nada, a cachoeira está deserta a violência assustou as pessoas que ali se divertiam, não posso mais estudar durante o dia por que agora trabalho, hoje posso ir onde eu quiser, mas os lugares estão tão desinteressantes, não tenho mais mamãe para me mandar tomar banho, o faço livremente, meus carrinhos já não tenho mais para brincar acabei dando-os.  
Incrível como o tempo passou, essa discreta reflexão me permite voltar e reviver o meu primeiro amor, minha primeira década de vida, minha primeira aula, enfim, a minha vida e também me dá a segurança para dizer que quando crescemos uma grande fatia da nossa felicidade vai embora.

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